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2008 / 08-127 |
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Canavieiras/BA esbanja natureza em ilhas, rios e manguezais
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Canavieiras, localizada no sul da Bahia, não ostenta
o marzão típico da região, mas esbanja
natureza em
ilhas, rios e manguezais
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Fim de linha.
É assim como alguns moradores definem Canavieiras.
Última cidade da chamada costa do Cacau, no sul da
Bahia, é formada por ilhas, banhadas por águas
salgada e doce, numa mistura harmoniosa de mar, rios, coqueirais
e intermináveis manguezais.
Para seguir adiante até
a vizinha Belmonte, na costa do Descobrimento (sim, a Bahia,
dona do maior litoral do país, é cheia de
costas), o caminho mais curto é de barco, o que a
tira da rota das multidões de turistas.
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A apenas 110 km de Ilhéus, alcançada por uma
estrada em boas condições, Canavieiras é
o destino ideal para quem está à procura de
um lugar tranqüilo para curtir as férias ou aproveitar
as festas de fim de ano perto da natureza, contando estrelas.
Cidade totalmente
plana, as ruas de terra batida -apenas algumas conhecem o
paralelepípedo- quase não vêem carros.
A população de cerca de 40 mil habitantes se
locomove é de bicicleta. Semáforo mesmo só
tem um, que virou ponto de referência. Tem a cara do
interior paulista, com os moradores proseando no fim de tarde
refestelados em suas cadeiras dispostas nas calçadas
ou nos degraus das casas.
A ilha principal
--e também a maior-- é a de Atalaia, que significa
posto de vigilância, onde há uma boa infra-estrutura
de hospedagem, com pousadas e hotéis. No total, há
cerca de 1.500 leitos em Canavieiras, segundo a prefeitura.
Certifique-se de que o quarto tem ar-condicionado, item essencial
para enfrentar o verão e conseguir manter as janelas
fechadas, pois os pernilongos não dão trégua.
O comércio é bem local. Não espere por
aquelas feirinhas de artesanato, disseminadas em quase todo
destino litorâneo.
Para se estirar
ao sol, há para todos os gostos: a praia da Costa,
com extenso coqueiral, é a mais freqüentada. Está
a fim de calmaria? Procure a praia de Atalaia. Os fãs
da pesca podem se dirigir à de Patipe.
Um dos pontos
altos na região é apreciar de perto os manguezais
em barcos que vão rasgando os rios Pardo e Patipe.
Levam a lugares encantadores, onde a natureza foi pródiga,
para observar de pertinho crustáceos, como aratus e
guaiamuns, garças e diversas espécies da fauna
silvestre. Em suas margens, há inúmeras fazendas
de cacau. Talvez esteja aí uma explicação
para que a natureza continue quase intacta. A produção
de cacau exige sombra. As árvores da mata atlântica
a forneciam. Então, para que derrubá-las?
Aproveite para
fazer uma parada na ilha das Garças e vá brincar
na lama negra, dita medicinal, e depois refresque-se nas águas
doces do rio Pardo.
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Crianças passeiam no Sítio Histórico,
como é chamado o conjunto de casarões centenários
e o coreto, que foram restaurados
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Porto
dos milagres
Não só de belezas
naturais se vale Canavieiras. Há também uma
importante parte histórica que faz o visitante reviver
um pouco do que foi a época áurea do cacau.
Próximo ao antigo cais do porto, fica o Sítio
Histórico, como hoje é chamado o conjunto
de casarões centenários e o coreto, que foram
restaurados. Foi na cidade onde se plantou o primeiro pé
de cacau na região, trazido do Pará. Lá
também foi cenário das gravações
da novela global "Porto dos Milagres".
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Os casarões abrigam, em sua maioria, restaurantes.
No cardápio, pratos típicos incluem o caranguejo,
encontrado em abundância na região, e frutos
do mar. Mas há outras opções, inusitadas
até, como o Bistrô, baseado na culinária
francesa.
Parte do casario pertence ao suíço
Christian Muller, que, fascinado pela cultura dos coronéis
do cacau, montou num desses casarões um mini-museu
com objetos diversos -de prataria e louças a cadeiras
e roupas- que arrematou em suas andanças pelas fazendas
falidas após a praga que dizimou a produção
do fruto, no final da década de 80.
No andar superior de outra casa, ele reproduziu
fielmente o quarto de um coronel --com penteadeira, cadeiras,
cortinas, quadros, espelhos e fotografias-- tudo original.
A cama foi entalhada por dois artesãos durante mais
de um ano e, ele jura, pesa 800 kg. A visitação
não é aberta ao público --o que é
uma pena. Muller reserva o ambiente para seus amigos de passagem
por Canavieiras que queiram sentir o gostinho do que um dia
o cacau permitiu.
Canavieiras é assim. Pode não
ostentar as praias mais belas da Bahia, mas esbanja história
e biodiversidade.
Para quem: não está só
atrás de mar, se amarra em mangues, quer curtir uma
parada em ilhas, apreciar a natureza sem agitação
e passear pela arquitetura histórica local
Temperatura média:
26ºC (dezembro e janeiro)
Toque: aproveite para conhecer as ilhas ao
redor de Canavieiras. Figura popular naquelas bandas é
o barqueiro Bigode, como é conhecido Cremildo Pereira
da Cruz, 50. No percurso, o turista visita a ilha das Garças,
caminha pela Barra Sul, faixa larga de areia que divide o
rio Pardo do mar, se lambuza de lama negra e ainda desfruta
de um catado de aratu (pedacinhos de carne do crustáceo,
primo do caranguejo, iguaria típica da região)
na ilha de Campinhos. Passeio de barco: 0/xx/73/9995-8170
Acampando:
Veja a lista de Campings nessa região: Clique
aqui
Quem leva
Ambiental Expedições, tel. 0/xx/11 3818-4600
(www.ambiental.tur.br), CVC Turismo, tel. 0/xx/11 2146-7011
(www.cvc.com.br) e Lycia Reis Turismo, tel. 0/xx/11 3081-0502.
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u432939.shtml
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