Tudo isso é que o turista que escolhe um dos roteiros
da Estrada Real pode encontrar quando decide conhecer os
encantos de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro.
A Estrada Real é uma
rota que integra esses três estados do Sudeste do
País e foi criada dentro de um conceito histórico-cultural
concebido na época da colonização,
quando os portugueses utilizavam diversos caminhos para
transportar as riquezas de Minas Gerais para os portos mais
próximos, a fim de levá-las para o Velho Mundo.
O roteiro será um dos destaques no 3º Salão
de Turismo no Anhembi em São Paulo de 18 a 22 de
junho.
Inicialmente, o caminho ligava
a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty.
Mas, pela necessidade de uma via de escoamento mais segura
e mais rápida ao porto do Rio de Janeiro e também
por imposição da Coroa, foi aberto um 'caminho
novo'. A rota de Paraty passou a ser o 'caminho velho',
a partir do século XVIII. Com a descoberta das pedras
preciosas na região do Serro, em Minas, a estrada
se estendeu até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina),
deixando Ouro Preto como o centro de convergência
da Estrada Real.
Quatro macrorroteiros foram
então desenhados para expressar bem o caminho que
os colonizadores faziam: Caminho dos Diamantes (que vai
de Diamantina a Ouro Preto em Minas Gerais), Caminho Velho
(de Ouro Preto a Paraty, no Rio de Janeiro), Caminho Novo
(também de Ouro Preto ao Rio de Janeiro) e o Caminho
de Sabarabuçu (de Belo Horizonte a Ouro Preto).
São 1.632 quilômetros
de extensão, com quase 200 municípios de Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, onde o turista
encontra, além de muito verde e um clima bastante
aprazível, muitos 'causos' de personagens que ajudaram
a construir a história do Brasil. Mais recentemente,
o Espírito Santo foi incluído também
em um dos roteiros da Estrada. Além disso, a rota
está sendo analisada pela Unesco para ser tombada
como bem imaterial da humanidade.
O Sebrae é um dos parceiros
desse projeto que agrega turismo, negócios e desenvolvimento
regional. A responsável técnica pelo núcleo
de turismo no Sebrae em Minas Gerais, Mônica Stela
de Alencar Castro, conta que a Instituição
atua como agente de disseminação e reforço
ao empreendedor que quer abrir ou fortalecer seu negócio
e, claro, fazer parte de um dos roteiros da Estrada.
De acordo com Mônica
de Alencar, uma estratégia de marketing ousado, promovida
pelo Governo do Estado, foi uma alavanca para dar mais visibilidade
ao projeto. Com isso, os empresários que antes tinham
uma visão acomodada de sua própria potencialidade
turística, por já estarem acostumados com
um tipo de atendimento e com o turismo tradicionalmente
feito naquela região, começaram a se preparar
para atender à demanda, que aumentou sensivelmente
depois da formatação da rota Estrada Real.
Segundo dados do Instituto
Estrada Real, o número de meios de hospedagem nesses
roteiros em 2006, por exemplo, era de 1.167 estabelecimentos,
que empregavam em torno de seis mil pessoas. O fluxo de
turistas naquele ano foi de 1,5 milhão de pessoas.
Passou para 1,7 milhão em 2007 e a expectativa é
que chegue a 2 milhões este ano.
Os dados da Secretaria de
Turismo, do Sebrae e da Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais dão conta de que os gastos
per capita dos turistas por dia na Estrada Real é
de R$ 88,70, incluindo hotéis e pousadas para pernoite.
"Isso demonstra que não é tão
caro passar de cinco dias a uma semana nos roteiros da Estrada
Real. Tem pacotes e preços para todos os gostos,
estilos, idades e bolsos", garante o empresário
Lúcio Ribeiro, da Trilhas de Minas.