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Embratur: Brasil precisa ser menos samba, carnaval e futebol para crescer no turismo

Para aparecer se tornar mais forte no mercado internacional, o Brasil precisa ser menos samba, carnaval e futebol. A avaliação é do presidente da Embratur, Mário Augusto Moysés, que participou, nesta segunda, do Fórum Panrotas, que reúne alguns dos principais nomes do setor turístico brasileiro, até terça, em São Paulo. Ele, que integrava um painel sobre promoção de destinos, falou sobre a importância de o país superar certos estereótipos para se tornar mais competitivo:

— Nós ainda temos uma imagem pequena em relação ao turista estrangeiro. Pensam sempre em carnaval e futebol, o que acaba fazendo uma sombra sobre outras coisas importantes que temos a oferecer. Também não podemos vender apenas a praia e o sol. Se formos competir só com isso, por exemplo, com o Caribe, perderemos, porque lá existem equipamentos mais avançados, além de estar mais perto de Estados Unidos e Europa. Temos que vender a praia e o sol, mas junto com a nossa cultura, a nossa gastronomia, a nossa história. O Brasil precisa ser diferente para se tornar um destino desejado em todo mundo.

Ele apresentou ainda os números mais recentes do turismo receptivo nacional. Em 2010, o Brasil recebeu 5,1 milhões de visitantes de outros países, que deixaram US$ 5,9 bilhões em divisas. Números pequenos para o potencial brasileiro, admitiu Moysés. Bem menor em tamanho, a Argentina recebeu mais turistas (5,3 milhões, sendo 1,2 milhão de brasileiros) no ano passado, segundo o secretário executivo do Instituto Nacional de Promoção Turística da Argentina, Leonardo Boto, também presente no painel. Garry Sain, do Visit Orlando, e George Fertitta, do órgão de promoção turística de Nova York, completaram o quadro de palestrantes. Os americanos concordaram com a tese do executivo brasileiro:

- O Brasil, definitivamente, é vitimizado pelo sucesso do carnaval, que cria uma sombra sobre o resto. Esse é o desafio, vender outra imagem para fora, porque o carnaval não precisa ser vendido - afirmou Fertitta.

"O Brasil é vitimizado pelo sucesso do carnaval, que cria uma sombra sobre o resto" (G. Fertitta, NYC & Company)

A primeira autoridade a falar no fórum foi o ministro do Turismo, Pedro Novais. Sem mencionar o início conturbado de seu período à frente do ministério, ele mostrou otimismo com os últimos dados relativos ao setor no Brasil, divulgados por estudo conduzido pela Fundação Getulio Vargas para o Ministério do Turismo:

— Em 2010, as 80 maiores empresas da área turística faturaram R$ 43 bilhões. E a expectativa é que o crescimento desse faturamento para 2011 seja de 16,5%.

Ele aproveitou para falar sobre suas prioridades à frente do ministério, como a regulamentação da atividade turística no Brasil, começando pela classificação dos hotéis:

- Isso é fundamental para colocar o Brasil no nível de exigência do mercado internacional. A classificação, feita pelo Inmetro, será voluntária, e o estabelecimento se inscreverá pela internet. Dos 20 mil hotéis, pousadas e resorts do país, acreditamos que 15 mil serão classificados.

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