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2008 / 08-61 |
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"Quando
a liberdade é o limite - Antônio Olinto" |
Você
largaria tudo para viver grandes aventuras? |
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Exatos 46.620 quilômetros percorridos por 34 países
durante três anos e meio. Este é o resumo de
uma das várias viagens do cicloturista Antonio Olinto
Ferreira, um paulista que, há 12 anos, comprou sua
primeira bicicleta para aliviar o estresse e tentar perder
uma vistosa barriguinha. Hoje, aos 37, Olinto, como é
conhecido, tem um histórico de fazer inveja a qualquer
pretenso aventureiro. |
Formado
em Direito e com um ano e meio de trâmites e processos
no currículo, decidiu largar a advocacia e correr o
mundo com sua bicicleta, vencendo limites e renovando, dia
após dia, a certeza de sua liberdade.
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Desafios,
previsíveis e imprevisíveis, não faltam
à sua frente, como os sete passos andinos, enfrentados
em 2000; as constantes palestras e conferências (até
internacionais) em que divulga o cicloturismo; ou o câncer
que vem tomando todas suas atenções nas últimas
semanas. Esta recente e grande batalha, similar à
enfrentada pelo ícone Lance Armstrong (hexacampeão
do Tour de France, a mais importante prova ciclística
do mundo), Olinto planeja superar até o fim deste
ano, quando pretende seguir para a Patagônia e a Terra
do Fogo, onde pretende pedalar ao lado da namorada durante
seis meses.
Enquanto
isso não acontece, continua morando em seu motor-home,
recebendo correspondências na casa dos pais, em Ipaussu,
interior paulista, e incentivando mais e mais pessoas a
conhecer sua paixão: o cicloturismo. Abaixo, Olinto
fala um pouco sobre suas experiências ja vividas.
Foi uma decisão difícil, mas no momento me
pareceu a melhor coisa a fazer, já que continuar
como advogado seria só uma repetição
do que já fizera por alguns anos, algo como me tornar
apenas uma engrenagem do sistema. Sinto que assim como ao
caminhar colocamos um passo depois do outro, naquele momento
dei um passo em direção ao meu desenvolvimento
e satisfação plena. E foi isso que encontrei
no caminho. Mas taí um pensamento que nunca me passou
pela cabeça. Nunca me arrependi nem pensei: "Ahhh!
Se eu tivesse ficado...". Entretanto, muitas vezes
pensei: "Ainda bem que parti no momento certo!".
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Quais
as principais experiências de vida que tirou dessa aventura?
Olinto - Não são poucas e um resumo delas está
em meu livro "No Guidão da Liberdade". Acredito
que seria injusto contar apenas algumas experiências,
pois uma longa viagem de bike deve ser vista com um todo:
uma soma de 1244 dias onde você anda uns 50 quilômetros
em média, mas que ao final de três anos e meio
temos um total de 46 mil quilômetros pedalados. |
Cada paisagem, cada pessoa com que conversei em meu caminho
me ajudou a compreender melhor o mundo e sua bela diversidade.
Acho muito difícil falar a respeito de maior experiência.
Reconheço que realizar o Caminho de Santiago logo
no começo da viagem foi muito importante, pois mudou
minha noção de viagem. Não buscava
mais o entretenimento e, sim, procurei uma grande peregrinação.
Percebi que quando se deseja trilhar um caminho ele é
único e traz em si as grandes lições.
Você
já se entregou a outras cicloviagens após
a volta ao mundo. Qual foi a mais marcante?
Olinto - Tenho comigo que a maior aventura depois da volta
ao mundo foi ter atravessado a Cordilheira dos Andes, pelos
seus sete passos mais altos. Essa foi uma aventura completa,
que me fez muito feliz, pois, apesar de algumas outras viagens,
eu sentia muita falta de uma verdadeira aventura. Nessa
eu cheguei a quase 5 mil metros, com temperaturas que variavam
de menos 5 a mais de 45 graus. Atravessei campo minado,
passei fome, sede, cruzei uma rodovia em que passaram quatro
carros em um ano, encarei problemas de fronteira e tudo
o que se pode esperar de uma grande aventura.
Num
trocadilho, quais passagens de sua vida de cicloturista
que "não há dinheiro que pague"?
Olinto - Quando penso que perambulo pela Terra e sigo meu
destino, imagino que de alguma forma meu destino me alcançaria,
mesmo que eu tentasse fugir dele. Talvez pudesse ter aprendizados
belos que não em uma bike, mas há algo que
o dinheiro não paga. O vigor, a disposição
e a saúde que o cicloturista adquire, este sentimento
de ânimo a cada manhã, é como se tudo
tivesse renovado durante aquela noite bem dormida. Isso
sem falar na receptividade das pessoas que só a bike
pode dar.
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O
que conta mais em sua satisfação como cicloturista:
liberdade, vencer limites e desafios, praticar esportes
ou outra realização?
Olinto - A liberdade! Vencer limites e praticar esportes
são importantes, mas, para mim, o melhor do cicloturismo
é a sensação de liberdade.
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Para
ler:
Livro "No Guidão da Liberdade" = R$ 39,92
Livro "Guia de Cicloturismo - Mantiqueira" = R$
27,92
Livro "Guia Caminho da Fé - Para Ciclistas e
Caminhantes" = R$ 23,92
http://www.olinto.com.br/vendas.htm
Fontes: http://www.olinto.com.br/
http://www.revistaparadoxo.com/materia.php?ido=1324
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